segunda-feira, 15 de abril de 2013

Os Sonhos


Ah, os sonhos são divinos

Nos levam onde nossos pés jamais alcançariam

Suportam as emoções mais loucas

Que nossos corpos não aguentariam.

Não se passa um dia sequer que eu não sonhe!

Sonhar faz bem, alimenta a alma e o corpo cansado.

Traduz para a consciência fatos que teimamos em esquecer.

Ah os sonhos são como a lua cheia quando é noite,

O sol quente pela manhã e a brisa suave ao entardecer.

 

sábado, 13 de abril de 2013

Deixa chover

 

Ah a Raiva, esse sentimento é como uma sombra. É como a sensação térmica que sentimos no alto verão do Rio de Janeiro: uma camada densa pairando sobre nós e sua essência nos cercando por todos os lados.

Percebemos o início da Raiva como uma nuvem escura que se forma quando somos destratados, maltratados ou ignorados por desconhecidos, familiares ou amigos. Basta um toque de algum de nossos semelhantes, um toque errado, ou a falta do toque certo, para esse sentimento subir como uma nuvem pesada sobre nós.

E por que isso acontece? Como desenvolvemos essa nuvem? Ou melhor, como permitimos que essa nuvem fique pairando sobre nossa cabeça e, por fim, reagimos mal a ela? Na verdade, essa nuvem representa um fardo, algo que não suportamos carregar, mas também que não conseguimos identificar de imediato e, assim, nos livrar.

Podemos também comparar a Raiva com uma mochila muito pesada. Se quisermos carregar essa mochila, precisamos retirar dela os objetos mais pesados, do contrário, será melhor deixá-la quieta em algum lugar.

A Raiva tem enorme peso emocional. As nossas neuroses somadas às neuroses das pessoas com quem convivemos pode facilmente formar essa nuvem, esse peso emocional. Afinal, neuroses estão por toda a parte. Nascemos dentro delas, pois são inerentes a própria vida, que por si só é conflitiva. Ninguém consegue parar a vida. Daí, nossa natureza inquieta. Carregamos a vida conflitiva e inquieta dentro de nós. Mas e aquela nuvem escura?

Embora estejamos vivos, somos diferentes da vida, nossos ritmos são diferentes. Podemos nos parar quando queremos. Podemos relaxar. Temos ritmos parecidos com a natureza, e devemos aprender com ela. É notável que mesmo durante o alto verão do Rio de Janeiro, aquela camada densa de calor se esvazia e a chuva cai impiedosamente nos aliviando, nos tirando do sufoco.

E igual a natureza, devemos aprender a deixar chover. Aprender a deixar sair as neuroses. Começar a reconhecer e a retirar os itens mais pesados de nossas mochilas. Exercitar a vontade interior de caminhar numa estrada mais leve. Buscar diariamente a nossa própria Paz.

E podemos ainda usar a nossa inquietude para aprimorar cada vez mais esse viver de aprendizado. Ir mais fundo e aprender alguma coisa importante para nossa própria vida. Com mais prática, aprender a cuidar de algo valioso para o outro. E assim, seguir libertando-se dessa nuvem escura.

Acredite, pois, podemos deixar chover.